O foco da oficina foi o mecanismo REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal), que abrange a conservação e aumento dos estoques de carbono florestal, além do manejo sustentável das florestas. Esse mecanismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para recompensar financeiramente os países em desenvolvimento pelos resultados da recuperação e conservação de suas florestas.
O Brasil é considerado pioneiro na implementação do REDD+ e tem captado recursos internacionais com base na redução do desmatamento, por meio do projeto Piloto Floresta+. A oficina foi promovida pela Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), com a parceria da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA) e da Coordenação da Comissão de Caciques e Lideranças da Terra Indígena Araribóia (CCOCALITIA).
A coordenadora da COAPIMA, Marcilene Guajajara, ressaltou a importância do debate sobre políticas públicas relacionadas ao REDD+ dentro das comunidades indígenas. Segundo ela, o tema já está presente nos territórios e é essencial fornecer informações qualificadas aos indígenas, que possuem participação importante na implementação do mecanismo.
Essa não foi a primeira vez que essa oficina foi realizada. Anteriormente, em setembro deste ano, ela aconteceu na Aldeia Recanto dos Cocais, na Terra Indígena Krikati. Para Diego Arapyun, articulador das organizações indígenas na FAS, é fundamental que os indígenas participem ativamente das discussões sobre REDD, já que eles podem sentir as consequências da crise climática no mundo.
Por sua vez, Luene Guajajara, representante das mulheres da Terra Indígena Araribóia na CCOCALITIA, destacou a importância de levar as informações sobre REDD+ para outras lideranças e comunidades dentro do território. Ela ressaltou que é necessário valorizar as florestas, pois as mudanças climáticas afetam diretamente a saúde e o bem-estar do povo indígena.