De acordo com dados obtidos pela Agência Brasil, a lista de estrangeiros autorizados a sair de Gaza mostra uma concentração de pessoas de poucas nacionalidades, sendo que nove países respondem por 86% do total. Outras 22 nacionalidades também estão contempladas nas listas, incluindo funcionários de organizações humanitárias que atuam na região.
Com a ausência de brasileiros nas seis listas divulgadas até o momento, especialistas têm levantado preocupações sobre os critérios de seleção para a saída da região. Há suspeitas de que, no processo de elaboração das listas, Israel possa estar privilegiando países aliados geopolíticos, em detrimento de nações que se opõem às ações israelenses na Faixa de Gaza.
A falta de informações sobre os critérios de seleção reforça as especulações de que os aliados de Israel estão sendo beneficiados, como é o caso dos Estados Unidos, que estão notavelmente bem representados na lista. De acordo com especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a presença de americanos na lista pode ser atribuída à influência política significativa dos EUA em Israel.
Além disso, a demora para a saída de brasileiros da Faixa de Gaza tem intrigado especialistas, que apontam possíveis motivações políticas por trás da situação. A recusa do Brasil em classificar o Hamas como grupo terrorista, assim como as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às ações de Israel em Gaza, podem estar relacionadas à demora para a saída dos brasileiros.
Em resposta às acusações, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, negou qualquer interesse em atrasar a saída dos brasileiros ou de qualquer outra nacionalidade. Ele argumentou que a cota para sair de Gaza é determinada pelo Egito e que o Hamas tem atrasado a saída dos estrangeiros.
Portanto, a situação levanta questionamentos sobre os critérios geopolíticos utilizados na seleção de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza, evidenciando possíveis interesses políticos por trás do processo de seleção. A falta de transparência e a concentração de estrangeiros de poucas nacionalidades nas listas de saída têm suscitado preocupações legítimas sobre a distribuição e o critério de seleção para a saída da região.