Kajuru ressaltou que o apagão afetou tanto os moradores de bairros luxuosos quanto os de aglomerados nas periferias, evidenciando a falta de preparo das empresas concessionárias em restabelecer a normalidade com urgência e eficiência. O senador ainda enfatizou a necessidade de apurar as responsabilidades pelo apagão e cobrou uma postura mais rigorosa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Além disso, Kajuru questionou os modelos de privatização de empresas estatais e os mecanismos de fiscalização adotados após a desestatização. Segundo o senador, é preciso atentar para o possível comprometimento do conhecimento técnico das empresas privatizadas, o que poderia afetar sua capacidade de resolver problemas.
O senador citou o caso da Enel, que adquiriu a Eletropaulo em 2018 e reduziu o número de empregados próprios de 8 mil para menos de 4 mil, enquanto aumentou o número de terceirizados para mais de 11 mil. Kajuru alertou para a perda de memória técnica da empresa, o que, segundo especialistas em energia, pode resultar em menor capacidade de solucionar problemas. Ele também destacou que a Enel São Paulo ocupa a 19ª posição no ranking de continuidade do serviço de distribuição organizado pela Aneel, com um tempo médio de atendimento de emergência que aumentou de 8 horas e meia para mais de 12 horas em 2023.
O pronunciamento do senador Jorge Kajuru foi uma manifestação contundente sobre a necessidade de fiscalização e cobrança de responsabilidades das empresas concessionárias de energia elétrica, além de levantar questionamentos importantes sobre os efeitos da privatização e a capacidade das empresas privadas em lidar com situações adversas. A atenção do senador para essas questões é relevante diante do impacto negativo que apagões e falhas no fornecimento de energia elétrica têm na rotina e na segurança da população.