Durante a visita, Ekuikui VI enfatizou que a viagem ao Brasil é uma forma de realizar o desejo dos ancestrais de visitar os filhos que foram brutalmente retirados da África. Ele ressaltou que os negros escravizados trazidos para o Brasil não são filhos de escravos, mas sim filhos de reis e rainhas da África, buscando reafirmar a ancestralidade e a herança cultural da população afrodescendente.
Além disso, a passagem do líder angolano pelo Brasil tem como objetivo constatar o que foi preservado dos hábitos e costumes da África, de Angola e do seu reino. Ekuikui VI destacou a importância do trabalho realizado pelos africanos escravizados e seus descendentes na construção do Brasil como uma grande nação.
A visita à região da Pequena África foi marcada por um encontro com o babalaô Ivanir dos Santos no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab). Ivanir dos Santos ressaltou a importância da visita do rei para a dignidade, resistência e comemoração da população negra, e destacou as influências africanas na cultura e na identidade brasileira.
A região da Pequena África, que inclui o Cais do Valongo, o Cemitério dos Pretos Novos e a Pedra do Sal, guarda marcas da ancestralidade africana, reforçando a importância da preservação e valorização da cultura afrodescendente.
Aos 39 anos, Ekuikui VI Tchongolola Tchongonga é o 37º soberano do reino do Bailundo e realizou também visitas a São Paulo e Santa Catarina antes de sua passagem pelo Rio de Janeiro. Sua visita à região incluiu conhecer o Complexo de Favelas da Maré, na zona norte, e o Quilombo do Camorim, na zona oeste, promovendo um contato direto com a diversidade cultural do Brasil.
Portanto, a visita do líder angolano à região da Pequena África representa um marco simbólico e reforça a importância da valorização e reconhecimento da herança africana na formação da identidade brasileira.