Durante a audiência, Barbosa ressaltou que o período mais grave da pandemia do coronavírus gerou debates na comunidade internacional, levando à necessidade de aprovar um novo Regulamento Sanitário Internacional na próxima Assembleia Mundial de Saúde, marcada para maio de 2024. Além disso, ele defendeu a discussão de um acordo para garantir acesso equitativo a medicamentos, vacinas e equipamentos em caso de outra pandemia.
Uma das principais preocupações levantadas pelo diretor da Opas foi a necessidade de fortalecimento das capacidades de cada país, incluindo laboratórios, treinamento de pessoal e integração entre vigilância e serviços de saúde. Ele destacou a importância de uma melhor coordenação entre sistemas de saúde, lembrando que em alguns países havia leitos sobrando em um subsistema e leitos faltando em outro, o que demonstrou um déficit na capacidade de resposta rápida.
A deputada Iza Arruda (MDB-PE), autora do requerimento que pediu o debate, atribuiu parte do problema à queda nos resultados das campanhas de vacinação, em razão da disseminação de fake news. Ela citou, por exemplo, que as Américas eram a segunda região de maior cobertura vacinal em 2010, mas atualmente são a segunda região com a pior cobertura vacinal.
O diretor da Opas ainda abordou a questão da desinformação e seu impacto nos índices de vacinação, citando uma pesquisa no Canadá que mostrou 1,5% dos entrevistados contra as vacinas e entre 15 e 18% de pessoas em dúvida. Ele defendeu a importância da comunicação como uma ferramenta poderosa a favor das vacinas, destacando a necessidade de líderes religiosos e comunitários serem convidados pelas autoridades sanitárias para explicar sobre o processo de fabricação das vacinas.
Outro ponto abordado na audiência foi a ampliação das desigualdades sociais, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, e seu impacto na saúde da população, conforme salientou o deputado Jorge Solla (PT-BA).
Portanto, a audiência pública se mostrou essencial para debater não apenas a importância da vacinação, mas também a necessidade de fortalecer os sistemas de saúde e combater a desinformação. A atuação colaborativa entre autoridades, líderes comunitários e religiosos, e a sociedade como um todo, é crucial para garantir o acesso equitativo a vacinas e outros recursos de saúde.