Essas prisões ocorrem menos de um mês após o brutal assassinato de três médicos na Barra da Tijuca, indicando uma possível conexão entre os casos. A principal linha de investigação sugere que os criminosos confundiram uma das vítimas, Perseu Ribeiro Almeida, com Taillon Barbosa. No trágico episódio, também perderam a vida Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
O homicídio ocorreu na madrugada do dia 5 de outubro, em um quiosque na movimentada Avenida Lúcio Costa, situada na Barra da Tijuca. Os três médicos atuavam fora do estado do Rio de Janeiro e estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia ortopédica. É importante lembrar que o local onde foram assassinados fica próximo ao hotel onde acontecia o evento.
As câmeras de segurança registraram o momento exato do ataque. As imagens mostram quatro homens armados saindo de um veículo e efetuando diversos disparos. Horas após a ocorrência, os quatro corpos foram encontrados sem vida dentro de dois carros estacionados em diferentes localidades da zona oeste. Há suspeitas de que os assassinos tenham sido eliminados pelo próprio grupo de tráfico, uma vez que cometeram o crime por engano. Nesse sentido, a Polícia Federal foi designada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para liderar a investigação.
Taillon e seu pai foram presos na Barra da Tijuca, onde também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em suas residências. Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, parabenizou a ação policial e escreveu em suas redes sociais: “Líder de milícia. Foi condenado a 8 anos e 4 meses. Com 2 anos e 3 meses já estava em casa. O médico foi confundido com ele. Parabéns à Polícia Federal. Investigação conduzida com inteligência e planejamento, nenhum tiro, nenhum efeito colateral”.
A operação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A PF informou que um dos alvos foi preso na Avenida Abelardo Bueno, momento em que saía de um prédio comercial acompanhado de três homens armados que faziam sua segurança: dois policiais militares em atividade e um militar do Exército, já na reserva. Todos foram presos em flagrante.
Vale destacar que Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020 e, em junho de 2022, acabou sendo condenado por várias acusações movidas pelo MPRJ. A denúncia apontava que ele era o responsável pela exploração ilegal do transporte alternativo, como vans e mototáxis, além de fornecer serviços essenciais, como água, gás e televisão a cabo. Dentre outros crimes, também foram listadas cobranças de “taxas de segurança” de comerciantes e moradores, bem como a promoção de invasão e grilagem de terras, além de construções imobiliárias clandestinas.
Mesmo diante da condenação a oito anos e quatro meses de prisão, um juiz autorizou sua prisão domiciliar em março deste ano. Recentemente, em outubro, foi permitido que ele saísse de casa durante o dia.
O pai de Taillon, Dalmir, também já esteve preso anteriormente. O ex-policial militar foi expulso da corporação após seu nome figurar no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada em 2008 pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar as ações das milícias.