O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri de São Luís, no Fórum Des. Sarney Costa, no bairro do Calhau, e contou com a participação de jurados. Após a votação, o juiz Gilberto de Moura Lima leu a sentença condenatória contra Luciana.
O crime foi capturado em vídeos gravados por acompanhantes de outros pacientes que estavam na mesma enfermaria do hospital. Eles perceberam movimentações suspeitas junto ao leito de Ana Benedita e documentaram a terrível ação.
As imagens do incidente ganharam ampla repercussão, mostrando o momento em que a idosa é sufocada pelo nariz e pela boca com as mãos de Luciana. A acusada também utilizou um lençol para impedir que sua mãe conseguisse respirar. Mesmo em sua condição debilitada de saúde, Ana Benedita tentou reagir, mas não obteve sucesso.
Conforme descrito no inquérito policial, Luciana foi flagrada por volta das 22h do dia 27 de janeiro de 2020 tentando asfixiar sua própria mãe enquanto ela estava hospitalizada. A acusada teria tentado sufocar a idosa com um pano e, ao perceber que estava sendo observada, tentou disfarçar, fazendo parecer que estava apenas limpando o rosto da vítima. No entanto, a investigação revelou que Luciana voltou a tentar asfixiar sua mãe quando as técnicas em enfermagem se aproximaram do leito.
Um acompanhante de outro paciente que estava na mesma enfermaria percebeu a movimentação estranha no leito e filmou o incidente, acionando posteriormente a Polícia Militar.
Em seu depoimento à polícia, Luciana alegou que estava tomando um medicamento para tratar distúrbios mentais e, por engano, ofereceu à sua mãe um copo de água com 12 gotas do medicamento Rivotril. Ela afirmou que, ao perceber o que havia acontecido, tentou verificar se a idosa continuava respirando normalmente e tentou reanimá-la, colocando as mãos sobre a boca e o nariz dela.
A defesa de Luciana argumentou que ela sofria de transtornos mentais e solicitou uma avaliação de sua sanidade mental no contexto do caso. A Justiça determinou a realização de uma avaliação biopsicossocial, que concluiu que, apesar dos transtornos mentais, Luciana era legalmente responsável por seus atos.
Após o crime, Ana Benedita precisou ser transferida de volta para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido ao período em que ficou sem respirar. Infelizmente, ela veio a falecer em abril.
A polícia considerou que uma das possíveis motivações para o crime foi o fato de Luciana estar sobrecarregada com o cuidado de uma mãe idosa que enfrentava diversos problemas de saúde. O Ministério Público denunciou Luciana por tentativa de homicídio qualificado mediante asfixia.
A sentença determinada pela Justiça do Maranhão reflete a gravidade do ato cometido por Luciana. A condenação de 19 anos e um mês de prisão serve como um alerta para a sociedade sobre a importância de reconhecer a gravidade da violência familiar e buscar apoio e tratamento para problemas de saúde mental.