O mutirão faz parte do Programa Mais Visão, que recebe recursos por meio de emenda parlamentar e é executado por uma empresa contratada em convênio com o estado e o Centro de Promoção Humana Frei Daniel de Samarate (Capuchinhos). O programa teve início em 2020 no Amapá e já realizou mais de 100 mil atendimentos, sendo a maioria cirurgias de catarata, totalizando 50 mil procedimentos.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os recursos federais são repassados para os Capuchinhos, que contratam uma empresa terceirizada responsável pelos procedimentos aos pacientes. O último repasse foi feito em setembro. Ainda de acordo com a secretaria, o programa ajudou milhares de pessoas com casos bem-sucedidos e relatos de retorno total da visão, porém, diante do ocorrido, os Capuchinhos suspenderam o atendimento assim que surgiram os primeiros relatos de infecção. No dia 6 de outubro, o programa foi suspenso por completo.
O governo do estado está acompanhando de perto o suporte dado às famílias pela empresa responsável pelos procedimentos. Os pacientes estão recebendo atendimento médico 24 horas, medicação, transporte, deslocamentos para outros estados e também atendimento psicológico.
Na semana passada, o Ministério Público do Amapá convocou representantes de órgãos envolvidos no incidente do Programa Mais Visão, como o governador Clécio Luis, a secretária de Saúde Silvana Vedovelli, o procurador-geral do estado Tiago Albuquerque e a superintendente de Vigilância em Saúde Ana Cláudia Monteiro. Também estavam presentes representantes do Laboratório Central (Lacen), Defensoria Pública do estado e dos Capuchinhos, além de diretores do Programa Mais Visão.
O caso do Mutirão Mais Visão no Amapá está sendo investigado com rigor para entender as causas da infecção e responsabilidades. O objetivo é garantir que medidas adequadas sejam tomadas para prevenir problemas semelhantes no futuro. A saúde e bem-estar dos pacientes são prioritários, e está sendo oferecido todo o suporte necessário para as famílias afetadas.