A operação resultou no cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos e em empresas investigadas. Além disso, foram realizados sequestros de valores em contas bancárias, aplicações financeiras, veículos e imóveis pertencentes aos investigados.
Durante a operação, um dos suspeitos foi preso. A ação ocorreu nas cidades de Açailândia/MA, Imperatriz/MA, Bataguassu/MS, São João Evangelista/MG, Mogi-Guaçu/SP e São Paulo/SP. Também foram aplicadas medidas cautelares contra os investigados, como a suspensão de atividades comerciais em estabelecimentos, incluindo um hotel, e a proibição de saída do país para alguns dos alvos. Essas medidas foram expedidas pela 2ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Imperatriz/MA.
Durante as investigações, foi constatado que a aliciação de “mulas” ocorria principalmente no interior do Maranhão, entre pessoas em situação financeira vulnerável, que eram convencidas a participar das atividades criminosas. Essas pessoas eram levadas para São Paulo, onde ficavam hospedadas em um hotel. Lá, elas engoliam as drogas ou as escondiam em suas bagagens, e recebiam orientações sobre o processo de imigração na Europa. Os principais destinos eram França, Espanha, Portugal e Turquia.
Estima-se que mais de 10 indivíduos recrutados pelo mesmo grupo tenham sido presos como “mulas”, principalmente entre os anos de 2021 e 2022.
A operação também envolveu a colaboração de agências de países para onde a droga era enviada, contando com o auxílio das Adidâncias da Polícia Federal nesses respectivos países.
Ao todo, cerca de 60 policiais federais, incluindo grupos táticos, participaram da operação.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas e associação criminosa especial. Além disso, devido à natureza transnacional dos delitos, as penas podem ser aumentadas em até 2/3, de acordo com o artigo 40, I, da Lei nº 11.343/06.
Desta forma, a Operação Narco-Diáspora representa um importante avanço no combate ao tráfico de drogas internacional, desarticulando um grupo criminoso que se especializou no recrutamento de “mulas” brasileiras para o envio de entorpecentes ao continente europeu. As autoridades continuam trabalhando para identificar outros envolvidos e garantir que a justiça seja feita.