Embora o relatório destaque que o país conta com instituições renomadas na produção de vacinas, como o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan, que é o décimo maior produtor de vacinas do mundo, ressalta-se que o Brasil está longe de ser autossuficiente nesse campo. Enquanto a China possui mais de mil fábricas produtoras de insumos farmacêuticos ativos (IFA), que são a matéria-prima das vacinas, o Brasil conta com apenas cerca de 15 fábricas.
O documento da Oxfam alerta para a dependência do Brasil em relação às tendências globais e geopolíticas, mencionando as tensões entre China, Estados Unidos, Europa, além da guerra entre Rússia e Ucrânia. Essa dependência pode afetar a oferta de insumos vitais para a produção de vacinas, trazendo consequências negativas para o país.
Além disso, o relatório enfatiza a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente possui uma fila de espera de aproximadamente meio milhão de pessoas aguardando por procedimentos eletivos. É ressaltada também a necessidade do país se preparar para possíveis surtos de doenças infecciosas no futuro.
Os especialistas temem novos surtos e alertam para a importância da procura pelas doses de reforço da vacina contra a covid-19. Além disso, ressalta-se a necessidade de preparar o sistema de saúde para o envelhecimento da população e as mudanças climáticas previstas para as próximas décadas.
O relatório completo pode ser acessado no site oficial da Oxfam. A organização destaca a importância de implementar políticas que visem fortalecer a capacidade de produção de vacinas no Brasil, a fim de garantir a autossuficiência do país e a segurança da população em relação à saúde pública.