Vieira enfatizou que a reputação da ONU está em jogo e que a inação e complacência do Conselho de Segurança serão julgadas e consideradas culpadas pelas gerações futuras. Ele defendeu que o Conselho precisa estar à altura do desafio que enfrentamos atualmente.
O chanceler brasileiro destacou que a diplomacia e o diálogo são os ativos mais poderosos do Conselho de Segurança da ONU e que a entidade tem uma responsabilidade crucial na resposta imediata às crises humanitárias e de reféns. Ele lamentou que desde 2016 o Conselho não tenha conseguido aprovar uma resolução sobre o conflito Israel-Hamas, devido a estratégias obstrutivas.
Vieira condenou os atos de terrorismo contra civis em Israel e pediu a libertação imediata e incondicional dos reféns civis. Ao mesmo tempo, ele ressaltou que a escalada da violência em Gaza é inaceitável e citou a destruição de 42% das habitações na Faixa de Gaza devido aos bombardeios de infraestruturas civis.
O chanceler brasileiro destacou que Israel, como potência ocupante, tem a obrigação legal e moral de proteger a população local de acordo com o direito humanitário internacional. Ele expressou preocupação com a chamada ‘ordem de evacuação’, que está causando miséria e sofrimento para pessoas inocentes.
Vieira pediu adesão estrita ao direito internacional e defendeu a solução de dois Estados na região. Ele ressaltou que a ocupação da Cisjordânia por Israel é ilegal e mina as perspectivas de paz. O ministro também criticou a diferença de tratamento entre colonos israelenses e habitantes locais, destacando que a expansão da colonização praticamente elimina a viabilidade de um futuro Estado palestino e gera violência e ódio.
A proposta costurada pela diplomacia brasileira para abordar a crise Israel-Hamas foi vetada pelos Estados Unidos, o que gerou frustração por parte do Brasil, que atualmente preside o Conselho de Segurança da ONU. A atuação do Conselho e a forma como ele enfrenta essa crise serão determinantes para a reputação da ONU no cenário internacional.