Tradicionalmente, o tratamento do HIV envolve a combinação de múltiplos medicamentos de diferentes classes para suprimir o vírus de forma efetiva e impedir o avanço da infecção para quadros de aids. No entanto, a introdução dessa nova terapia consiste em uma única dose diária de um comprimido, garantindo a eficácia do tratamento com menor potencial de toxicidade e efeitos adversos graves. Além disso, não há histórico de resistência ao medicamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é de que sejam fornecidas ainda este ano 10,8 milhões de unidades farmacêuticas do novo antirretroviral. Já para o ano de 2024, a expectativa é de fornecer 30 milhões de unidades.
O diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Jorge Mendonça, ressalta que esse produto contribuirá para a adesão aos tratamentos, que é um dos maiores desafios no manejo do HIV. Ele destaca que o fornecimento desses medicamentos combinados para o SUS será significativo para a efetividade e continuidade dos tratamentos em pacientes adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade e peso mínimo de 40 kg. Além disso, a dosagem mais simples e a redução da carga de comprimidos diminuem o potencial para interações medicamentosas e efeitos colaterais.
A produção desse novo antirretroviral é resultado de uma parceria entre Farmanguinhos e as farmacêuticas privadas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline (GSK). Essa parceria prevê o desenvolvimento, transferência de tecnologia e fornecimento do medicamento, o que permitirá uma produção totalmente nacional. Ao final dessa transferência de tecnologia, a Farmanguinhos/Fiocruz terá autonomia para realizar todas as etapas produtivas do medicamento, garantindo qualidade e praticidade para os pacientes do SUS. Além disso, essa aliança possibilita a aquisição de novo conhecimento técnico e de uma nova plataforma tecnológica para a produção de comprimidos em dupla camada, abrindo possibilidades para a produção futura de novos produtos.
Com o fornecimento dessa nova combinação de antirretrovirais, espera-se que o tratamento do HIV/aids seja ainda mais eficiente e acessível, contribuindo para a melhora da qualidade de vida dos pacientes e para o controle da epidemia no país.