O caso ocorreu em 15 de fevereiro de 2018, quando o jovem Davi Bugarin de Mello perdeu a vida na casa do coronel Walber Pestana da Silva, localizada no conjunto Parque dos Nobres, em São Luís. Davi, que era proprietário de uma casa de shows no Centro Histórico da cidade, vivia na mesma residência que a filha do réu, Ingrid Raiane da Silva.
De acordo com os relatos apresentados durante o julgamento, o coronel testemunhou uma discussão entre o casal por volta das 19h20 e presenciou a vítima agredindo sua filha. Movido pela situação, Walber Pestana decidiu usar sua arma de fogo, disparando dois tiros contra Davi.
Apesar dos esforços para socorrer Davi Bugarin, ele não resistiu aos ferimentos graves e veio a óbito no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), na capital maranhense. Após o incidente, o coronel fugiu do local.
Os laudos cadavérico e de corpo de delito realizados nas vítimas revelaram detalhes sobre os ferimentos. Davi foi atingido por um único disparo a uma distância mínima de um metro, que perfurou sua costela e atravessou seu tórax. O segundo tiro atingiu a parede da residência. Já Ingrid Raiane Silva apresentava marcas corporais e um corte na cabeça causado por um objeto cortante.
Walber Pestana foi acusado pelo Ministério Público do Maranhão de homicídio simples. No entanto, ele não foi detido em flagrante e, alguns dias após o incidente, se apresentou voluntariamente à delegacia, onde prestou depoimento admitindo a autoria do crime e alegando legítima defesa de sua filha, que estava sendo agredida.
Durante o julgamento, a defesa de Walber Pestana apresentou diversas testemunhas e argumentou que o réu agiu em estado de emoção violenta ao presenciar a agressão à sua filha, o que justificaria o uso da arma de fogo. Já a acusação argumentou que o coronel poderia ter usado outros meios para conter a agressão.
Após avaliar as provas e ouvir os depoimentos apresentados no tribunal, o conselho de jurados decidiu por unanimidade absolver o coronel Walber Pestana da Silva das acusações de homicídio. A família do músico Davi Bugarin de Mello expressou sua decepção com o resultado do julgamento, enquanto a defesa do coronel comemorou a decisão. A partir de agora, caberá ao Ministério Público decidir se irá recorrer da sentença.