De acordo com a CFM International, fabricante de motores de aviação, 126 motores já foram encontrados contendo componentes vendidos pela empresa AOG Technics. Esse número é maior do que o encontrado anteriormente, que era de 96 motores. Além disso, foram identificados 95 documentos falsificados relacionados a essas peças, um aumento em relação ao final de setembro.
A CFM informou que alguns dos motores afetados foram equipados com as peças fornecidas pela AOG Tecnics em suas próprias oficinas. Isso demonstra o quanto o problema é grave dentro da indústria e ressalta o esforço necessário para resolver os problemas decorrentes dessa situação.
Esse escândalo envolvendo um distribuidor pouco conhecido do Reino Unido está repercutindo globalmente, com cada vez mais companhias aéreas informando que encontraram peças suspeitas e não aprovadas em seus aviões. Desde Portugal até os Estados Unidos e a Austrália, o problema se espalhou pelo mundo, destacando a natureza global desse problema e a dificuldade em resolvê-lo.
Recentemente, a companhia aérea canadense WestJet afirmou que uma de suas aeronaves continha “certas peças que não atendiam aos requisitos de documentação”. A empresa substituiu o motor afetado e, após uma revisão completa de sua frota, encontrou outras peças suspeitas não aprovadas.
A General Electric e a Sanfran ainda estão analisando os registros adicionais fornecidos pela AOG Technics, já que um juiz de Londres estipulou um prazo para que a empresa apresente documentos. A CFM solicitou judicialmente que a AOG entregasse documentos relacionados a todas as vendas de produtos.
A CFM descobriu também que ela mesma adquiriu peças da AOG e as instalou em seus motores. Foram encontrados quatro casos em que peças AOG entraram na rede de oficinas da fabricante de motores. Em um dos casos, a CFM comprou as peças diretamente da AOG. Os outros três casos envolveram terceiros que adquiriram os componentes da AOG e os venderam para a CFM.
A maioria das peças envolvidas são itens não serializados, como parafusos, porcas, arruelas, amortecedores, vedações e buchas. A CFM afirmou que até o momento não há registros de problemas operacionais decorrentes dessas peças suspeitas.
No total, 16 motores foram equipados com peças da AOG nas oficinas da CFM. Apesar de representarem menos de 1% dos mais de 22.000 motores CFM56 em serviço no mundo todo, esse caso mostra como as peças falsificadas podem chegar mesmo às oficinas mais sofisticadas.
A GE, a CFM e outras empresas do setor aéreo estão trabalhando para encontrar e remover essas peças falsificadas de suas aeronaves. Reguladores europeus e norte-americanos afirmaram que a AOG vendeu peças de motores a jato com documentos falsos para a Airbus e a Boeing. Grandes companhias aéreas como Delta, Southwest e United Airlines já confirmaram ter encontrado componentes falsificados da AOG em suas aeronaves.
Esse escândalo coloca em destaque a importância da certificação e confiabilidade das peças utilizadas na aviação, bem como a necessidade de uma fiscalização rigorosa por parte das autoridades a fim de garantir a segurança dos passageiros e a operação adequada das aeronaves.
