Em agosto, o IPCA havia registrado uma alta de 0,23%. Já em setembro de 2022, o país havia apresentado uma deflação de 0,36%, devido à desoneração dos combustíveis. Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 5,19%, enquanto no acumulado do ano a alta é de 3,5%. Apesar de ter ficado abaixo das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,33% no mês, o indicador ultrapassou o intervalo das metas de inflação perseguidas pelo Banco Central, que varia entre 1,75% e 4,75%.
Dos nove grupos que compõem o IPCA, seis apresentaram alta em setembro. O destaque ficou com o grupo de Transportes, que registrou um aumento de 1,4%, impulsionado pelo avanço nos preços dos combustíveis. Além da gasolina, as passagens aéreas também tiveram um aumento relevante, com alta de 13,47%.
No grupo de Alimentação e Bebidas, o maior peso no IPCA de setembro (21,1%), houve uma queda de 0,71%. Esse é o quarto mês seguido de deflação nos preços desse grupo, acumulando uma redução de 2,65% no período. A queda nos preços da batata-inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%), leite longa vida (-4,06%) e carnes (-2,10%) contribuíram para esse resultado.
Em relação aos serviços, a inflação teve uma leve aceleração em setembro, com alta de 0,5% contra 0,08% em agosto. Já a inflação dos preços monitorados, que são itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, teve um aumento de 1,11%. Esses resultados influenciaram as projeções de inflação de agências, como a Austin Rating, cuja expectativa é de uma inflação de 4,75% para o ano, dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.
Os resultados do IPCA mostraram uma dinâmica positiva para os preços, segundo analistas. A desaceleração nos preços dos alimentos e bebidas, além da alta concentrada nas passagens aéreas no setor de serviços, apontam para uma trajetória de inflação controlada. Isso permite que o Banco Central prossiga com os cortes na taxa básica de juros, impulsionando a economia do país.