Os estudantes têm se alternado para manter o prédio ocupado e oferecer suporte às manifestações, que começaram com queixas dos moradores da residência universitária, local que abriga estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica vindos de outros municípios, estados e países. Ao longo dos dias, outras pautas foram sendo trazidas pelos manifestantes e ganharam destaque durante a ocupação.
Para os alunos que dependem da residência universitária como única opção de moradia, dificuldades com a manutenção do local têm causado grandes transtornos. Isso ocorre porque os recursos destinados ao local não são suficientes para cobrir as despesas, o que pode comprometer a permanência dos estudantes na universidade, dada a incapacidade financeira de arcar com os custos habitacionais.
Outras questões que afetam diretamente a vida acadêmica, como horários reduzidos para alimentação e insuficiência de comida no restaurante universitário, também estão sendo discutidas pelos manifestantes. Além disso, a superlotação dos ônibus da linha Campus 311, que recentemente foi dividida em dois trajetos, o reajuste das bolsas de pesquisa, a falta de infraestrutura nos prédios, banheiros em condições precárias e a ausência de suporte para necessidades especiais foram pontos listados pelos alunos.
De acordo com os estudantes, a reitoria da UFMA ainda não entrou em contato com eles para discutir e chegar a um acordo sobre as demandas apresentadas durante a ocupação. Um dos ocupantes relatou que, em várias ocasiões, eles foram surpreendidos por seguranças atrapalhando seu momento de sono, além de interferências durante as reuniões no local. Segundo o relato, eles também foram trancados no prédio por cerca de uma hora. Nas redes sociais, circulou uma imagem de um segurança tentando quebrar uma corrente do portão.
André Moreno, estudante de jornalismo e membro do Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social (DACOM), afirmou que os estudantes redigiram uma carta compromisso durante uma assembleia e esperam que o reitor da UFMA, Natalino Salgado, a assine como forma de se comprometer a atender às demandas apresentadas.
O membro do DACOM também afirmou que a ocupação não será encerrada até que um acordo seja alcançado. Ele ressaltou que este é o momento adequado para elevar a luta dos estudantes e expandi-la para questões mais amplas. Através de uma nota pública, a UFMA informou que está em contato com o movimento estudantil e está disposta a resolver os problemas apresentados.
A ocupação dos estudantes da UFMA continua atraindo atenção e levantando discussões sobre as condições de infraestrutura, mobilidade, acessibilidade e visibilidade dentro da universidade. A espera pelo diálogo e um acordo com a reitoria continua, enquanto os estudantes reafirmam sua determinação em lutar pelos seus direitos e necessidades básicas.
