A desativação dos sinais de 2G e 3G envolverá não apenas a suspensão dos serviços, mas também a disponibilização das frequências para outros usos e a interrupção da homologação de novos celulares e dispositivos compatíveis com essas tecnologias. Essa medida terá impacto tanto para as empresas de telecomunicações quanto para os fabricantes de equipamentos e os usuários da internet.
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, afirmou que o objetivo é discutir com as operadoras, fabricantes e todo o ecossistema como planejar o desligamento do 2G e 3G, a fim de utilizar melhor o espectro de radiofrequências nas tecnologias mais modernas, como o 4G e 5G. Baigorri também ressaltou que as partes interessadas devem participar da tomada de subsídios, já que o desligamento terá consequências mais abrangentes.
O 2G teve seu auge entre 2005 e 2010, quando os celulares eram principalmente utilizados para chamadas telefônicas. Nesse período, houve a introdução das mensagens de texto (SMS). Já o 3G predominou entre 2010 e 2015, quando a navegação na internet pelo celular começou a se popularizar.
Enquanto o 2G e 3G chegaram a ter 200 milhões de linhas ativas, hoje esse número é inferior a 20 milhões, de acordo com dados da consultoria Teleco. A tecnologia mais utilizada atualmente é o 4G, com 200 milhões de linhas, e o 5G tem mostrado crescimento desde seu lançamento no ano passado, atingindo 10 milhões de usuários.
A abertura da consulta pública atende também a um pedido da Conexis, associação que representa as principais operadoras do país, como Vivo, TIM, Claro, Oi, Algar e Sercomtel. A associação solicitou formalmente à Anatel uma discussão sobre o desligamento dos sinais antigos e a transição das redes que utilizam 2G e 3G para redes com padrões mais modernos nas mesmas faixas de frequências.
Além dos benefícios para as empresas, o fim da era 2G e 3G também trará economia de custos com manutenção de antenas, consumo de energia e outras operações relacionadas a essas tecnologias. O objetivo é acompanhar o avanço da tecnologia e a demanda dos usuários por velocidade e qualidade de conexão.