A diferença entre os dois períodos é explicada principalmente pelo aumento do superávit comercial. O Brasil registrou um aumento de R$ 5,1 bilhões nas exportações de bens em agosto deste ano, totalizando US$ 31,432 bilhões. Já as importações caíram 16,8% em relação a agosto de 2022, somando US$ 23,814 bilhões. Com esse resultado, a balança comercial fechou o mês passado com um superávit de US$ 7,618 bilhões, em comparação com o saldo positivo de US$ 2,552 bilhões registrado em agosto do ano passado.
Além disso, os déficits em serviços e renda primária também contribuíram para a melhora do resultado das contas externas. O déficit em serviços apresentou uma redução de US$ 869 milhões em agosto, enquanto o déficit em renda primária diminuiu em US$ 504 milhões. No caso dos serviços, essa queda está relacionada principalmente à redução dos gastos com transporte e viagens internacionais.
No acumulado do ano, o déficit em transações correntes é de US$ 19,459 bilhões, em comparação com o saldo negativo de US$ 27,742 bilhões nos primeiros oito meses de 2022.
É importante ressaltar que quando o país registra um saldo negativo nas contas externas, é necessário cobrir esse déficit por meio de investimentos ou empréstimos no exterior. Nesse sentido, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) foram menores em agosto deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Eles totalizaram US$ 4,270 bilhões, contra US$ 10,014 bilhões em agosto de 2022.
No entanto, o IDP acumulado em 12 meses até agosto de 2023 foi de US$ 65,918 bilhões, um valor expressivo que representa 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse tipo de investimento é considerado favorável, pois os recursos são direcionados para o setor produtivo e tendem a ser de longo prazo.
No âmbito dos investimentos em carteira, houve saídas líquidas de US$ 807 milhões em agosto deste ano, com destaque para as saídas líquidas de US$ 2,335 bilhões em ações e fundos de investimento. Por outro lado, os ingressos líquidos em títulos de dívida foram de US$ 1,528 bilhão. Nos últimos 12 meses, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 11,3 bilhões.
Por fim, o estoque de reservas internacionais do Brasil atingiu US$ 344,177 bilhões em agosto, uma redução de US$ 1,298 bilhão em relação ao mês anterior. Essas reservas são importantes para garantir a estabilidade do sistema financeiro e buscar soluções em momentos de turbulência econômica.