A ação foi organizada em parceria com o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ (Nudedh), a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a Cáritas RJ, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e outras entidades. O objetivo principal era fornecer auxílio na regularização migratória, além de orientações sobre direitos trabalhistas e inserção em cadastro de emprego. Além disso, foram prestados serviços como encaminhamento para matrícula escolar, avaliação odontológica, informações sobre saúde, inclusão no cadastro único e obtenção de benefícios sociais.
As histórias das famílias atendidas são comoventes, com relatos de deixarem seus países devido a crises econômicas, desastres naturais e conflitos armados. Segundo a Acnur, refugiados são definidos como pessoas que deixam seus países de origem devido ao medo de perseguições ou violações graves e generalizadas dos direitos humanos e conflitos armados. Nos últimos dez anos, o número de pessoas deslocadas por esses motivos mais que dobrou, atingindo a marca de 100 milhões em 2022, sendo que cerca de 40% deste total são crianças e adolescentes.
De acordo com o relatório Refúgio em Números, do Conare, o Brasil recebeu mais de 50 mil solicitações de refúgio somente em 2022. As principais nacionalidades solicitantes foram venezuelanas (67%), cubanas (10,9%) e angolanas (6,8%). A crise econômica na Venezuela e as dificuldades em criar seus filhos motivaram Viviane Del Valle a imigrar para o Brasil. No projeto Rota de Direitos, Viviane relatou dificuldades em obter medicamentos e tratamentos necessários para seu filho, que possui autismo e epilepsia.
O atendimento ocorreu na Escola Juan Montalvo, localizada na Taquara, bairro da Zona Oeste carioca. Além dos órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio de Janeiro, diversas organizações também participaram do evento, incluindo Aldeias Infantis SOS Brasil, Mawon, Pacto pelo Direito de Migrar, Organização Internacional para Migrações e Cátedra Sérvio Vieira da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
A iniciativa do projeto Rota de Direitos é de extrema importância para as famílias refugiadas e imigrantes que buscam melhorias em suas vidas e enfrentam diversas dificuldades. Através das orientações e serviços oferecidos, existe uma tentativa de amenizar as adversidades enfrentadas por essas famílias, garantindo a elas condições adequadas para viver e trabalhar no Brasil. Com a parceria entre diferentes entidades, é possível criar uma rede de apoio que contribua para a inclusão desses indivíduos na sociedade brasileira.