O relatório, encomendado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela professora Cleusa Ferrim da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), aponta que o número de casos da doença pode estar na faixa dos 2,4 milhões. A Doença de Alzheimer é conhecida pela perda progressiva de memória e é mais comum em pessoas idosas.
As altas taxas de não diagnóstico no Brasil são alarmantes, segundo a pesquisadora Claudia Suemoto. Ela ressalta a necessidade de mais conscientização sobre o Alzheimer e destaca o estigma que ainda envolve a doença. A campanha de 2023 para o Mês de Conscientização para o Alzheimer, intitulada “Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”, tem como objetivo principal a prevenção.
O professor de medicina da Universidade de Brasília (UnB), Einstein de Camargos, explica que o diagnóstico precoce possibilita mais possibilidades de intervenções, não apenas com medicamentos, mas também com terapias cognitivas, estimulação, terapia ocupacional e exercício físico. Ele destaca que, apesar da subnotificação da doença, os casos de Alzheimer têm sido mais visíveis nos últimos anos.
Dentre os fatores de risco para a doença, os especialistas apontam a baixa educação como um dos principais. A pesquisadora Claudia Suemoto ressalta que a melhoria na qualidade da educação pode diminuir o risco de demência. O professor Einstein de Camargos enfatiza a importância da escolaridade na prevenção da doença, destacando que a resistência aos efeitos do Alzheimer está relacionada à reserva cognitiva que uma pessoa possui.
Os especialistas também destacam outros fatores de risco modificáveis na vida do indivíduo e da sociedade, como o controle do diabetes e da pressão arterial, a redução do tabagismo e a melhoria das condições de vida.
Quanto aos avanços no diagnóstico, Claudia Suemoto destaca que o mapeamento das proteínas beta-amilóides relacionadas à doença é uma das principais inovações. Ela também ressalta que existem três drogas que mostram resultados promissores no combate à doença. No entanto, o professor Einstein de Camargos alerta que esses medicamentos ainda são caros e têm um longo caminho a percorrer em termos de aplicabilidade.
Para identificar possíveis sintomas de Alzheimer, os médicos destacam a perda de memória, a confusão mental e a dificuldade de realizar tarefas do dia a dia. Além disso, a qualidade do sono e a prática de atividade física são consideradas medidas importantes na prevenção da doença.
Em suma, o relatório revela a situação preocupante da Doença de Alzheimer no Brasil, com altas taxas de não diagnóstico e a necessidade de mais conscientização e prevenção. Além disso, a melhoria da educação e a adoção de hábitos saudáveis são fatores-chave na luta contra a doença. Embora haja avanços no diagnóstico e no desenvolvimento de medicamentos, ainda há desafios a serem enfrentados.