A M.Officer teve um início promissor, sendo inicialmente um projeto de graduação de Miele na Fundação Getúlio Vargas. Ao longo dos anos, a marca expandiu suas operações e se tornou uma das líderes do mercado nos anos 1990 e no início do século 21. No entanto, nos últimos anos, a empresa enfrentou diversos desafios, como uma crise em 2013, quando foram encontrados casos de trabalho escravo em oficinas prestadoras de serviço. Além disso, a pandemia da Covid-19 afetou significativamente suas vendas, já que a M.Officer dependia principalmente de lojas físicas. Como resultado, as restrições impostas pela pandemia resultaram em uma redução de 91% em suas vendas. Diante desse cenário, a empresa solicitou e teve seu pedido de recuperação judicial aprovado pela Justiça. Entre as justificativas apresentadas estão a crise do coronavírus e a concorrência com marcas asiáticas.
Outra marca de jeans que marcou época e despertou a nostalgia do público é a Lee. Fundada em 1889 nos Estados Unidos, a Lee é uma das marcas mais antigas do segmento. A empresa foi pioneira ao introduzir zíperes em suas roupas, em 1912, e desde então se expandiu para mais de 50 países. No entanto, nos últimos anos, a marca perdeu força e foi separada da VF Corporation, sua empresa-mãe. Atualmente, a Lee faz parte da Kontoor Brands e possui apenas uma loja online no Brasil.
A Forum, criada no início dos anos 1980 por Tufi Duek, também fez muito sucesso durante sua trajetória. A marca investiu em lojas próprias e turnês de desfiles pelo país, além de ter uma rede de distribuição bem estabelecida. No entanto, em 2009, Duek saiu do negócio e a operação foi adquirida pela AMC Têxtil, proprietária da marca Colcci. Nos últimos anos, a Forum tem buscado recuperar sua popularidade com a abertura de novas lojas e a entrada de novos estilistas no seu time. Atualmente, a marca possui cerca de 29 lojas físicas e também opera um e-commerce.
A Zoomp também marcou presença nessa lista de marcas nostálgicas. Criada pelo empresário Renato Kherlakian, a empresa teve seu auge entre 1974 e 2006, chegando a ter 800 funcionários e 84 lojas em 10 países diferentes. No entanto, enfrentou dificuldades em administrar seu próprio crescimento e em lidar com a concorrência dos produtos importados. Em 2009, a marca chegou a decretar falência, mas posteriormente foi comprada pela Global Capital e entrou em recuperação judicial. Embora tenha tentado se recuperar entre 2016 e 2017, quando foi adquirida por Alberto Hiar, dono da marca Cavalera, a Zoomp não conseguiu manter-se no mercado. Atualmente, o site da marca ainda existe, mas não é atualizado há vários anos.
Outra marca que despertou a saudade dos leitores é a Yes, Brazil, um ícone do vestuário carioca nos anos 1980. Fundada por Simão Azulay, a marca encerrou suas atividades em 2006, mas está ensaiando um retorno ao mercado em parceria com a Reversa, marca feminina da Reserva. Para reviver a Yes, Brazil, Thomaz Azulay, filho de Simão, utiliza elementos dos anos 80, como patches, brilhos, tachas e jeans.
Por fim, temos a Fiorucci, marca italiana que chegou a ser referência na decoração de um hit dos Mamonas Assassinas. A grife foi muito popular nas décadas de 1970 e 1980, mas começou a declinar devido a problemas de gestão. Em 1990, foi adquirida pela empresa japonesa Edwin Co. No Brasil, a responsabilidade da marca foi assumida por Glória Kalil nos anos 1970 e, em 2006, algumas peças foram importadas pelo grupo Supermarcas. Em 2017, a marca tentou um retorno comemorativo em função de seu aniversário de 50 anos, sendo comercializada em lojas dos Estados Unidos.
Essas marcas de jeans marcaram uma era e ainda despertam lembranças e saudades nos consumidores. Enquanto algumas tentam se recuperar e se adaptar às mudanças do mercado, outras permanecem apenas na memória afetiva dos amantes da moda. Certamente, essas marcas deixaram um legado na indústria da moda brasileira e internacional.