O caso foi registrado inicialmente na 38ª DP (Brás de Pina) e posteriormente encaminhado à Delegacia de Homicídios. A Polícia Civil está coletando informações e investigando a autoria desse crime brutal, enquanto a Polícia Militar alega que só foi comunicada sobre o incidente após a vítima dar entrada no hospital, afirmando que não havia nenhuma ação policial em andamento na região naquele momento.
No entanto, os desdobramentos desse assassinato foram além. Na manhã do domingo, um ônibus intermunicipal foi incendiado em uma das ruas de Cordovil. Segundo informações da Polícia Militar, esse ato foi um protesto dos moradores da região em resposta à morte de Wesley.
O crime ocorreu próximo à comunidade conhecida como Cidade Alta, que está sob o domínio do Terceiro Comando Puro (TCP). Além disso, o complexo da Penha, principal comunidade controlada pelo Comando Vermelho (CV), está localizado a poucos quilômetros dali. A região também é cercada por bairros dominados por milícias, de acordo com as investigações.
O pai de Wesley, Bruno de Carvalho Vale, é um trabalhador autônomo que reforma e revende fogões. Ele relatou que estava carregando sua van com equipamentos que seriam vendidos na feira de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando foi abordado por um motociclista enquanto estava na rua onde mora com sua família.
Bruno conta que o motociclista se aproximou e disse “perdeu”, e sem entender a situação, ele ergueu as mãos achando que era um assalto. Foi quando os disparos foram efetuados, e Bruno conseguiu correr, escapando com vida. Infelizmente, Wesley, que saiu de casa ao ouvir os tiros, foi atingido pelos disparos.
O pai da vítima acredita que eles podem ter sido confundidos com criminosos devido ao horário e à região onde residem. Ele ressalta que a família é conhecida e reconhecida como trabalhadora por toda a vizinhança de Cordovil.
Wesley ainda foi socorrido por um irmão e levado de van para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, porém, infelizmente, não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. A mãe do adolescente, Bruna Barbosa, revelou que sempre tentou evitar que seu filho passasse muito tempo nas ruas, devido aos riscos das disputas entre facções rivais na região.
Esse lamentável episódio chocou a comunidade local e reforça a necessidade do combate à violência e à impunidade na cidade do Rio de Janeiro. A família de Wesley segue em luto, buscando por justiça e clamando por um ambiente seguro para todos os cidadãos.