Segundo o estudo, a Terra já ultrapassou seis dos nove “fronteiras planetárias” consideradas seguras para a vida humana. Estas fronteiras incluem a integridade da biosfera, mudanças climáticas e a utilização e disponibilidade de água doce. Além disso, o estudo aponta que oito das nove fronteiras estão sob maior pressão do que verificadas na avaliação de 2015. A única fronteira a apresentar alguma melhora é a camada de ozônio.
Os pesquisadores destacam que ultrapassar essas fronteiras não necessariamente levará a um colapso imediato da civilização humana, mas alertam para mudanças irreversíveis nos sistemas de suporte à vida na Terra. A principal autora do estudo, Katherine Richardson, da Universidade de Copenhague, afirma que não sabemos se podemos prosperar em condições tão dramáticas.
O aumento do desmatamento, consumo excessivo de plantas como combustível, proliferação de plástico, organismos geneticamente modificados e produtos químicos sintéticos são algumas das preocupações destacadas pelos cientistas. Dos nove limites avaliados, apenas a acidificação dos oceanos, a destruição da camada de ozônio e a poluição atmosférica ainda se encontram dentro dos limites seguros. No entanto, o limite de acidificação dos oceanos está próximo de ser ultrapassado.
Outro dado alarmante é o aumento da concentração atmosférica de dióxido de carbono, principal gás causador do efeito estufa. Atualmente, essa concentração está cerca de 417 partes por milhão, muito acima do nível seguro estabelecido, que é de 350 partes por milhão. Além disso, estima-se que a taxa de extinção de espécies atual seja dezenas de vezes mais rápida do que a taxa média dos últimos 10 milhões de anos, o que indica que o planeta já ultrapassou a fronteira segura para a diversidade genética.
Johan Rockström, coautor do estudo e diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, afirmou que nunca antes na sua carreira baseou-se em tantas evidências como as apresentadas neste estudo. Em resumo, os sistemas de suporte à vida na Terra estão em risco devido à atividade humana e medidas urgentes precisam ser tomadas para evitar mudanças irreversíveis nos sistemas de suporte à vida do planeta.
