Segundo Dayane Moreira dos Reis, irmã da vítima de homicídio, o julgamento só foi marcado agora devido à atenção que Cavalcante chamou da imprensa e das autoridades americanas após sua fuga. A data da audiência foi marcada na última sexta-feira (8), após sete anos sem nenhuma resposta da Justiça.
Em novembro de 2017, a vítima foi alvejada por seis tiros disparados à queima-roupa por Cavalcante em uma lanchonete da cidade, após um desentendimento por causa de uma batida de carro. Dayane afirma que seu irmão ofereceu pagar pelo conserto do veículo, mas acabou sendo assassinado pelo acusado.
Dayane relata que seu irmão e Cavalcante se conheceram por meio de um amigo em comum. A vítima trabalhava em uma loja de material de construção, onde o acusado frequentava para comprar insumos para a fazenda onde trabalhava na área rural de Figueirópolis. Cavalcante morou na cidade por cerca de dois anos, após deixar São João do Paraíso (MA), onde também trabalhava como lavrador. Ele é natural da cidade de Estreito (MA).
A irmã da vítima acredita que a batida de carro não foi a única causa do crime e que talvez a inveja também tenha motivado o assassinato, já que seu irmão tinha muitos amigos e Cavalcante não. Ela reconheceu o assassino assim que foram divulgadas as primeiras imagens de Cavalcante após sua fuga da prisão.
Segundo o promotor Rafael Pinto Alamy, responsável pelo caso de Tocantins, o pedido de prisão não constava no Banco Nacional de Mandado de Prisão no momento em que Cavalcante deixou o país, não podendo ser considerado foragido. O tribunal afirmou que a prisão preventiva foi determinada em novembro de 2017, mas o acusado já tinha fugido.
O julgamento foi marcado quase seis anos após o homicídio porque o processo ficou suspenso devido à fuga do acusado. Assim que foi descoberto que Cavalcante estava preso nos Estados Unidos, o Judiciário iniciou as tratativas com a embaixada americana para dar andamento ao processo.
É importante ressaltar que Danilo Souza Cavalcante foi condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos pelo feminicídio de sua ex-namorada e agora está sendo julgado no Tocantins pelo assassinato de Válter Júnior Moreira dos Reis. A Justiça brasileira aguarda a conclusão desse novo julgamento para tomar as providências cabíveis em relação ao réu.
