Setzer começou sua pesquisa pouco explorada no Brasil na década de 1980, utilizando dados de satélite para observar focos de incêndio em florestas tropicais. Ele se tornou pioneiro e referência no monitoramento do fogo, mesmo enfrentando resistência dentro do próprio Inpe e do governo brasileiro. Em 1989, uma reportagem da Folha de S.Paulo evidenciou como os dados de queimadas produzidos por Setzer desmentiam o discurso oficial do então presidente José Sarney, que minimizava a devastação da Amazônia durante seu governo. A persistência de Setzer em trazer informações concretas e baseadas em fatos desafiou a narrativa oficial e revelou a verdade sobre a destruição da floresta.
Além de seu trabalho na Amazônia, Setzer também foi pioneiro em sua atuação na Antártida, participando do Programa Antártico Brasileiro e coletando dados climatológicos. Sua persistência em coletar dados e interpretá-los contribuiu para sua formação como cientista. Setzer também era um apaixonado pela prática de tênis, jogando quase diariamente com colegas do Inpe, como o pesquisador Carlos Nobre.
O legado de Setzer é marcado pelo seu sucesso como cientista e sua luta constante contra a destruição da Amazônia. Ele faleceu aos 72 anos, no dia 8 de setembro, vítima de um ataque cardíaco. Deixa sua esposa, Adriana Prest Mattedi, com quem estava casado há mais de 30 anos, e sua filha, Joana Setzer, que trabalha com questões relacionadas à crise climática.
A contribuição de Alberto Waingort Setzer para o conhecimento e monitoramento dos incêndios na Amazônia e seu pioneirismo na Antártida são inestimáveis. Sua persistência em buscar a verdade e seu comprometimento com a ciência deixam um legado significativo para a comunidade científica e para a preservação dos biomas brasileiros.