No último dia 5 de maio, um homem foi vítima de assalto enquanto trafegava pela avenida Professor Abraão de Morais, na zona sul de São Paulo. Dois indivíduos armados em uma motocicleta o abordaram, obrigando-o a descer de sua moto, uma potente máquina de 1.200 cilindradas. Um dos criminosos fugiu com o veículo, e o motociclista entrou para as estatísticas crescentes de roubo de motos de alta cilindrada na cidade.
De acordo com duas pesquisas realizadas por empresas de rastreamento, com base em dados de boletins de ocorrência disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), o roubo desse tipo de moto aumentou consideravelmente neste ano. Especialistas consultados pela reportagem explicam que essas motos são frequentemente usadas para ostentação em “rolezinhos” em comunidades ou bailes funk, podendo ser abandonadas posteriormente ou desmontadas para a venda de peças.
Um exemplo disso é a moto roubada na Saúde, que foi rastreada até um baile funk em Americanópolis, zona sul, e encontrada no dia seguinte em um matagal em Diadema, sem algumas partes e sem placa. Vitor Correa, coordenador da central de operações da empresa de rastreamento Tracker, afirma que essas motos, que possuem preços acima de R$100 mil, são utilizadas pelos criminosos para manobras arriscadas, com o intuito de ostentar.
As estatísticas compiladas pela Ituran Brasil mostram um aumento de quase 70% no roubo de motos de alta cilindrada no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os roubos representam 83,2% das ocorrências, enquanto os furtos correspondem a 16,74%. Esse aumento é alarmante e reflete um padrão claro de crescimento contínuo, segundo Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap.
Os especialistas explicam que os roubos são mais frequentes do que os furtos porque essas motos costumam ser guardadas em estacionamentos fechados quando não estão em uso, oferecendo maior segurança. As vias expressas, como a avenida dos Bandeirantes e a rodovia dos Imigrantes, são as mais propícias para os criminosos, assim como bairros de classe média alta, como Vila Andrade e Itaim Bibi.
A Secretaria da Segurança Pública reconhece o problema e tem buscado medidas para combatê-lo. De acordo com a pasta, foram realizadas reuniões em conjunto com o Centro Integrado de Comando e Controle para discutir ações de prevenção e investigação desses crimes. Além disso, a empresa de rastreamento Tracker registrou um aumento de 40% na instalação de rastreadores neste ano.
Para combater esse tipo de crime, especialistas sugerem investimento em câmeras que fazem a leitura de placas e uma maior investigação por parte das autoridades. Dicas de segurança também são oferecidas, como utilizar trava e alarme na moto, evitar estacionar na rua, evitar locais desconhecidos e desertos, e estar sempre alerta.
Em resumo, o roubo de motos de alta cilindrada tem sido uma preocupação crescente em São Paulo. O aumento das estatísticas reflete um padrão de crescimento contínuo desse tipo de crime, e autoridades e especialistas estão em busca de soluções para combater essa tendência. A segurança dos motociclistas é fundamental, e medidas de prevenção e investigação são necessárias para garantir a tranquilidade da população.
