A locomotiva, produzida pela Skoda em 1949, está em exibição desde março na antiga estação ferroviária da cidade, que hoje abriga um museu. Antes de chegar a Pedras Grandes, a maria-fumaça passou por um processo de restauração realizado no Museu Ferroviário de Tubarão.
Pedras Grandes, que possui cerca de 4.245 habitantes, teve sua estação ferroviária inaugurada em 1884. A cidade fica a 77,4 quilômetros do marco zero da Estrada de Ferro Dona Thereza Christina (atualmente chamada de Teresa Cristina), localizada em Imbituba.
De acordo com o museu de Tubarão, na década de 1970 foram compradas 11 locomotivas a vapor da Ferrocarriles General Belgrano, na Argentina. Das 11, nove foram produzidas pela Skoda em 1949 e as outras duas foram fabricadas pela alemã Henschel.
A locomotiva 202 é a primeira maria-fumaça a voltar à cidade de Pedras Grandes desde março de 1974, quando o último trem passou pela ferrovia. A restauração da locomotiva teve um custo de R$ 532 mil, valor obtido através de uma emenda parlamentar.
Pedras Grandes é uma cidade que teve seu crescimento impulsionado pela extração de carvão e pela imigração italiana. Os primeiros imigrantes chegaram à cidade em 1877, ano de sua fundação. O desenvolvimento da cidade se deu após a descoberta de minas de carvão em Lauro Muller e a construção da Estrada de Ferro Dona Thereza Christina.
A ferrovia foi construída entre 1880 e 1884, ligando Imbituba a Lauro Muller. A sede da empresa responsável pela ferrovia foi transferida para Tubarão em 1906. Em 1957, a ferrovia foi incorporada à Rede Ferroviária Federal S.A e, em 1974, devido a uma grande enchente e a destruição da linha férrea, a estação em Pedras Grandes foi fechada.
Atualmente, a malha ferroviária sul catarinense é operada pela Ferrovia Tereza Cristina. A ferrovia possui 164 quilômetros de extensão e passa por 14 municípios, mas Pedras Grandes não está incluída na rota.
A locomotiva 202 é um importante símbolo histórico e cultural para a cidade de Pedras Grandes, representando o passado ferroviário do município e a importância do ciclo do carvão em seu desenvolvimento. A restauração e a exibição da maria-fumaça é uma forma de preservar a memória e compartilhar a história com as gerações futuras.
