Farias, que é autor da ação popular, alega que a morosidade processual contribuiu para a piora significativa na qualidade da água da represa ao longo de 12 anos e nove meses. Ele ressalta que a represa foi assoreada e que há uma grande quantidade de sedimentos trazidos pelo bombeamento, o que reduziu sua capacidade de armazenamento e a qualidade da água.
Em dezembro de 2022, o juiz da Vara da Fazenda do Fórum da Capital negou um pedido de liminar para suspender o bombeamento, porém apenas agora Farias foi notificado para apresentar provas. Em sua petição, ele argumenta que é responsabilidade da Emae provar que não está causando danos ambientais. Farias também destaca a exigência legal de apresentar Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente para atividades poluidoras, e afirma que a represa não pode receber esgoto, muito menos tratado.
A Emae, por sua vez, argumenta que o bombeamento é adotado apenas durante épocas de chuvas intensas na capital para reduzir o impacto das enchentes. No entanto, Farias contesta essa justificativa, afirmando que o objetivo principal da represa é o abastecimento público, e não é razoável jogar esgoto em um reservatório que abastece milhões de pessoas.
Farias revelou que o Ministério Público já propôs que o juiz solicite as alegações finais para julgar o caso, caso não haja mais pedidos de provas. No entanto, ele teme que o processo possa se arrastar por mais anos caso chegue às instâncias superiores do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Ele ressalta que a água é um bem essencial e não deveria demorar tanto para se chegar a uma decisão.
Até o momento, a Emae não se pronunciou sobre o assunto.