Para Duque, a proteção da Amazônia, que concentra 60% do território brasileiro, só será possível por meio de uma força multinacional composta por países da região. Ele destaca que outros países, como Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname, também possuem áreas com o bioma da floresta amazônica. Durante a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada em Belém, no Pará, o presidente colombiano afirmou que a preservação da Amazônia é fundamental para alcançar as metas do Acordo de Paris e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa.
Uma das preocupações de Duque é a situação das comunidades pobres e vulneráveis que vivem na região amazônica. Ele destaca o dilema entre destruição e conservação enfrentado por essas comunidades, que muitas vezes são levadas a se envolver em atividades ilegais, como garimpo e tráfico de drogas. O presidente colombiano acredita que a solução para esse problema está no desenvolvimento de finanças verdes, como créditos de carbono e serviços ambientais, que possam dissuadir essas comunidades a se envolverem em práticas ilegais.
Duque ressalta que a legislação precisa ser atualizada e que é necessária uma forte atuação conjunta entre os países da região para combater o crime organizado, que muitas vezes está entrelaçado ao garimpo ilegal e ao narcotráfico. Ele defende uma governança amazônica e uma força multinacional para enfrentar esses desafios.
O presidente colombiano também destaca a importância de reconhecer e integrar as comunidades indígenas na preservação e uso sustentável da Amazônia. Ele ressalta que o Brasil concentra a maior população indígena da região e que eles devem ser remunerados por sua contribuição para a proteção do bioma.
Em relação à legalização da maconha, Duque destaca que seu governo atuou apenas na legalização da Cannabis medicinal, que exige altos investimentos e um intenso processo industrial. No entanto, ele se posiciona contra o consumo recreativo da droga, alegando que isso pode levar à ruína das famílias, especialmente as mais vulneráveis.
Ao final da entrevista, o presidente colombiano ressalta que a questão ambiental não deve ser pautada por ideologias e que aqueles que negam a crise climática estão simplesmente negando a realidade. Ele destaca que trabalhou bem tanto com o governo de Jair Bolsonaro, de direita, quanto com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de esquerda, na defesa da Amazônia.
Iván Duque se torna uma voz proeminente na defesa da preservação da Amazônia e combate aos crimes ambientais na região, trazendo uma perspectiva única para a discussão brasileira.