Fisioterapeuta é sentenciado a mais de 12 anos de detenção por violência sexual contra paciente em unidade de terapia intensiva de São Paulo.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou o fisioterapeuta Nicanor dos Santos Modesto Júnior a 12 anos, 5 meses e 10 dias de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável. O crime ocorreu contra uma publicitária de 29 anos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, localizado na zona sul de São Paulo.

Após o julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, a juíza Renata Malahem da Silva determinou que o réu também pague uma indenização de R$ 10 mil à vítima, como forma de compensação por danos morais. No entanto, a defesa do fisioterapeuta ainda pode entrar com recurso.

De acordo com a acusação da promotoria, o crime ocorreu em 23 de janeiro deste ano. Nicanor teria tirado o avental da paciente, que se recuperava de uma cirurgia na coluna, e inserido os dedos em suas partes íntimas, alegando que se tratava de uma técnica para “aliviar dores musculares”. O abuso teria ocorrido mais de uma vez.

A vítima registrou uma denúncia no mesmo dia do crime, o que levou ao afastamento imediato do fisioterapeuta do hospital. Vale ressaltar que ele era funcionário de uma empresa de fisioterapia terceirizada e prestava serviços na unidade há cerca de um mês.

Nicanor dos Santos Modesto Júnior teve a prisão decretada em março, mas conseguiu fugir. No entanto, dois meses depois, ele foi encontrado próximo à cidade de João Monlevade, no interior de Minas Gerais, e detido pela Polícia Rodoviária Federal, sendo posteriormente transferido para São Paulo.

A condenação e manutenção da prisão foram consideradas uma vitória pela advogada da vítima, Luciana Terra. Segundo ela, a decisão legitima o relato da vítima ao reconhecer sua vulnerabilidade e debilidade física. A própria publicitária também se pronunciou, afirmando que essa luta não é apenas dela, mas de todas as mulheres que enfrentam ou enfrentaram situações semelhantes.

Além desse caso, Nicanor dos Santos Modesto Júnior já enfrentou outras acusações ao longo dos anos. Em 2007, na Bahia, ele foi denunciado por abuso contra uma criança de 7 anos, mas o processo foi arquivado. Em fevereiro de 2022, um boletim de ocorrência foi registrado contra ele por abuso sexual contra uma mulher grávida em uma maternidade onde trabalhava.

Esse último caso ainda aguarda julgamento, já que foi oferecida denúncia pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça, mas o processo tramita em segredo de Justiça.

A defesa do réu não retornou às tentativas de contato da CNN para comentar a condenação.

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