A explicação para essa queda é a expansão do número de pessoas empregadas, de acordo com Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad. Após dois trimestres de queda, o número de pessoas ocupadas voltou a crescer e atingiu 99,3 milhões, representando um aumento de 1,3 milhão em relação ao período de fevereiro a abril. Em termos anuais, o crescimento foi de 0,7%, adicionando 669 mil pessoas ao mercado de trabalho.
A coordenadora da Pnad ressalta que, com a recuperação da população ocupada após a pandemia, os aumentos passam a ser influenciados pelas características econômicas e sazonais de cada atividade. Portanto, o crescimento passa a ser menos intenso, mas ainda assim positivo.
A população desocupada, ou seja, que está procurando emprego, apresentou uma queda de 6,3% em relação ao trimestre anterior, totalizando 8,5 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo período de 2022, houve uma redução de 3,8%.
A pesquisa também revela o tipo de emprego predominante no país. No comparativo trimestral, o emprego sem carteira assinada teve um crescimento expressivo de 4%, um acréscimo de 503 mil pessoas, totalizando 13,2 milhões. Já na comparação anual, chamou a atenção o aumento do número de empregados com carteira assinada, que cresceu 3,4% ou 1,2 milhão de pessoas, alcançando o número de 37 milhões de empregados nessa situação. Por sua vez, os trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) se mantiveram estáveis em relação ao trimestre anterior, porém houve uma queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A taxa de informalidade, que engloba trabalhadores sem carteira assinada em empresas e no serviço doméstico, além dos que atuam por conta própria sem CNPJ, ficou em 39,1%, o que representa uma estabilidade em relação ao trimestre anterior (38,9%).
Outro dado importante revelado pela pesquisa é a taxa de subutilização da força de trabalho, que alcançou 17,8% no trimestre analisado, representando uma queda de 3,1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse índice engloba pessoas desocupadas e aquelas que trabalham menos horas do que gostariam, totalizando 20,3 milhões de pessoas.
A população desalentada, ou seja, aquelas pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego por acreditar que não conseguiriam, totaliza 3,7 milhões e se manteve estável em comparação ao trimestre anterior.
Por fim, o rendimento médio do brasileiro ficou em R$ 2.935 no período analisado. Esse valor se manteve estável em relação ao trimestre anterior e apresentou um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2022, considerando a inflação do período.
