Segundo Ciocchi, essa conclusão foi possível graças às informações fornecidas pelos agentes do setor elétrico, que mostraram o tempo que o regulador de tensão de uma usina demorou para entrar em ação. De acordo com os projetos habilitados pelos agentes econômicos, esse equipamento deveria ter demorado apenas 15 milissegundos, no entanto, levou cerca de 80 a 100 milissegundos.
Para reconstituir os eventos que antecederam o apagão, os especialistas do setor tentaram simular o desligamento das fontes geradoras, usando o tempo de resposta indicado nos projetos. No entanto, eles só conseguiram reproduzir o evento ao receber a informação de que o equipamento da usina pode ter demorado mais tempo que o previsto para entrar em ação.
Ciocchi ressaltou que o “evento zero” que contribuiu para o apagão foi o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá-Fortaleza. No entanto, ele enfatizou que esse não foi a causa do fenômeno, já que o sistema elétrico brasileiro é projetado para resistir a perdas simples desse tipo.
O apagão afetou cerca de 29 milhões de brasileiros em quase todo o país, com exceção de Roraima. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o restabelecimento do serviço ocorreu em menos de uma hora. No Nordeste, foram necessárias três horas para recuperar 70% da carga afetada, enquanto no Norte, a recuperação foi mais desafiadora, sendo necessário até às 15h49 para recuperar mais de 90% da carga.
Um relatório detalhado sobre as causas e responsabilidades pelo apagão será divulgado pelo ONS nas próximas semanas.
O apagão foi considerado um fenômeno inusitado e de grandes proporções, que gerou impactos significativos em todo o país. A demora na atuação do sistema de proteção da usina foi identificada como a principal causa do evento, sendo necessário investigar as possíveis falhas e responsabilidades para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. A população aguarda ansiosamente o relatório consolidado que será divulgado pelo ONS, para entender em detalhes as circunstâncias desse incidente e as medidas que serão tomadas para preveni-lo no futuro.
