Natural de Biguaçu, região metropolitana de Florianópolis, Miguel Livramento iniciou sua trajetória no jornalismo de forma inesperada. Em 1971, enquanto trabalhava em uma loja de eletrodomésticos, ele ouviu uma informação equivocada sobre o Avaí, seu time do coração, em uma transmissão da Rádio Anita Garibaldi. Determinado a corrigir a notícia, entrou em contato com o locutor e foi colocado ao vivo no ar. Essa experiência despertou o interesse de Livramento pelo mundo do rádio, levando-o a frequentar a emissora para dar a hora certa e chamar as próximas atrações ao meio-dia. Em seguida, ele passou a ser contratado como repórter esportivo da Rádio Jornal A Verdade.
Ao longo de sua carreira, Miguel Livramento trabalhou em diversas emissoras de rádio e televisão, como CBN Florianópolis, Rádio Guarujá, TV Barriga Verde, RBS TV (atualmente NSCTV), SCC e NDTV. Sua estreia na televisão aconteceu em 1978, na TV Cultura. Ele também foi colunista do jornal Hora de Santa Catarina.
Uma das parcerias mais famosas do jornalismo esportivo catarinense foi formada por Miguel Livramento e Roberto Alves. Durante quase 40 anos, a dupla trabalhou junta na RCE TV. Mesmo após seguirem caminhos diferentes, eles continuaram grandes amigos. Alves destacou a personalidade única de Livramento, descrevendo-o como um profissional diferenciado, correto e popular, que dignificou a comunicação, o rádio e a televisão.
Miguelzinho, como também era conhecido, ficou conhecido por sua irreverência e carisma. Iniciou sua carreira como narrador de partidas de futebol em 1976 e criou bordões que se tornaram marcantes, como “Esse Avaí faz coisa”, “Conta aqui para o bonequinho” e “Se isso aí não é pênalti, a minha vó é uma bicicleta”. Nas mesas redondas, Livramento era conhecido por seus comentários e críticas polêmicas, sempre defendendo o seu time de coração, o Avaí.
Nos últimos tempos, Miguel Livramento enfrentava problemas de saúde devido a um enfisema pulmonar causado pelos anos de tabagismo. Após contrair uma bronquite, ele teve complicações respiratórias e foi levado ao médico, que prescreveu antibióticos. No entanto, ele retornou para casa e acabou falecendo de parada cardiorrespiratória.
Roberto Alves revelou que teve uma última conversa de despedida com Livramento antes de sua morte, na qual o jornalista demonstrava sentir falta da rotina do rádio e da televisão.
Miguel Aroldo Livramento deixa a ex-mulher, quatro filhos, um neto e sua atual esposa. Seu falecimento foi registrado como uma perda significativa para o jornalismo esportivo catarinense e deixou saudades nos fãs e colegas de profissão.
