Na última terça-feira, foram registrados diversos casos de violência em apenas quatro quadras, entre a rua dos Protestantes e a avenida Rio Branco. O caso mais grave foi o assassinato de João da Silva Sousa, de 54 anos, que foi atingido com um golpe de arma branca no tórax enquanto ia para o trabalho no largo General Osório. Testemunhas relataram que a vítima foi abordada por um ladrão aparentemente morador de rua e usuário de drogas. O criminoso queria roubar a mochila de Sousa, que resistiu e foi golpeado. A arma não foi encontrada, mas a mochila foi levada e a carteira e o celular do porteiro ficaram no local.
Antes desse ataque, lojistas da rua Santa Ifigênia entraram em conflito com dependentes químicos no cruzamento da via com a rua dos Gusmões. Durante a tarde, os comerciantes montaram um bloqueio para tentar impedir que os usuários de drogas voltassem a ocupar o trecho próximo aos comércios. O objetivo era evitar que os dependentes se aglomerassem entre a avenida Rio Branco e a rua Santa Ifigênia. No entanto, a ação dos comerciantes não foi suficiente e os usuários retornaram para o local após a saída dos lojistas.
A situação na região tem causado prejuízos para os comerciantes, como relata Ede Carlos, de 44 anos, proprietário de um comércio na Santa Ifigênia. Ele conta que há um mês não entra nenhum cliente na loja e está desesperado, sem saber o que fazer. Carlos mostra sua conta bancária com apenas R$ 6 e afirma que não tem dinheiro para comprar banana para seu filho de dois anos. A situação se tornou insustentável e tem afetado não apenas os comerciantes, mas também a segurança dos moradores da região.
Nesta quarta-feira, os usuários voltaram para a rua dos Protestantes, mas voltaram a se deslocar para a rua dos Gusmões no início da noite, sem uma definição clara de onde o fluxo deve ficar. A violência e a instabilidade têm afetado profundamente a região da Santa Ifigênia, que se tornou um verdadeiro barril de pólvora. A população pede por uma solução efetiva e urgente para a crise da cracolândia, antes que mais vidas sejam perdidas e a situação se agrave ainda mais.
