Marcelo Garcia Kanoff, hoje com 46 anos, foi apontado como o autor do atentado e recebeu uma sentença de 8 anos de prisão. Já Luiz Roberto Woidela, ex-contador da prefeitura de Califórnia, de 42 anos, foi considerado o mandante da tentativa de homicídio e teve uma pena de 7 anos e seis meses. A determinação sobre se as penas serão cumpridas em regime fechado ou semiaberto ainda está sendo confirmada.
Vale ressaltar que Marcelo Kanoff já estava preso por outros crimes, enquanto Woidela aguardava o julgamento em liberdade. O júri, que começou às 9 horas de quarta-feira (13) e terminou por volta das 4 horas desta quinta (14), contou com a atuação da promotora Renata Boaventura pelo Ministério Público (MP) e o advogado João Batista Cardoso como assistente de acusação.
Em entrevista ao TNOnline, a ex-prefeita Ana Lúcia expressou sua satisfação com o resultado do julgamento, afirmando que ele restaura sua dignidade e de sua família. Ela enfatizou que enfrentaram humilhações ao longo de 10 anos, com muitas pessoas da comunidade alegando que o atentado era uma armação. Para ela, o julgamento mostra que a verdade pode demorar, mas sempre prevalece.
Ana Lúcia acompanhou grande parte do julgamento e elogiou o trabalho do Judiciário, apesar da morosidade no processo. Ela ressaltou que sua família sofreu muito com a demora do desfecho. A ex-prefeita também mencionou que o atentado teve motivação política, já que o mandante era contador da prefeitura e havia denúncias de irregularidades. Ana Lúcia ocupou o cargo de prefeita entre 2013 e 2016 e decidiu deixar a política, considerando seu mandato muito desgastante por conta do ocorrido.
De acordo com a Polícia Militar (PM), a prefeita recebeu um telefonema enquanto estava na igreja e se dirigiu à sede da Apae para participar de uma cerimônia de casamento. Ao chegar próximo ao salão de festas da entidade, um homem a chamou, sacou uma pistola e efetuou diversos disparos na direção do salão. Por sorte, Ana Lúcia não foi atingida. A prefeita havia sido eleita com 2.865 votos nas eleições de outubro de 2012.
Em 2013, a reconstituição do atentado foi realizada a pedido da juíza da Comarca de Marilândia do Sul, como parte das investigações do caso. A condenação dos réus traz um desfecho esperado para a ex-prefeita e sua família, que passaram por momentos de angústia e incerteza ao longo desses anos. Porém, mesmo com a justiça sendo feita, as marcas desse atentado certamente permanecerão na vida de Ana Lúcia e de todos os envolvidos nessa história trágica.