Raquel Lyra foi eleita em 2022, pondo fim a um ciclo de 16 anos de poder do PSB, seu ex-partido, no estado. Agora, a governadora conta com a presença do PSD em sua base, tendo inclusive nomeado Cacau de Paula, ex-secretária do Turismo do Recife, como Secretária da Cultura de Pernambuco. O PSD, por sua vez, busca se fortalecer no estado, visto que não conseguiu eleger deputados federais ou estaduais no último pleito.
A articulação de Raquel contou com o aval do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que espera uma eventual filiação da governadora ou da vice-governadora, Priscila Krause, para 2026. Com o PSD em sua base, Raquel pode ter menos entraves em relação ao governo Lula, já que seu atual partido, o PSDB, faz oposição ao PT.
Em reação, João Campos busca ampliar o número de aliados dentro da União Brasil, visando garantir apoio para a coligação em 2024. Atualmente, os petistas são apoiadores do prefeito. João Campos selou aliança com o grupo político de Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina e filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB.
Por sua vez, Raquel tentará ampliar suas negociações com o Avante e com o MDB, que está aliado tanto a João Campos quanto a ela. O PT também está na base aliada de João Campos, mas pretende solicitar a vaga de vice na chapa no próximo ano. Dentro do partido, as chances de uma candidatura no Recife para enfrentar João Campos são consideradas escassas devido ao risco de derrota e desgaste com o PSB, um aliado nacional.
João Campos conta atualmente com os apoios seguros do PDT e do Republicanos à sua reeleição. Ele também avançou nas negociações com o Solidariedade, presidido em Pernambuco por Marília Arraes. O PSB negocia a adesão de Marília à base de João em troca de apoio a uma eventual candidatura dela à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes em 2024.
A disputa por aliados entre Raquel Lyra e João Campos promete esquentar ainda mais nos próximos meses, com ambos os políticos buscando fortalecer suas bases visando os próximos pleitos eleitorais. A escolha dos aliados pode ser determinante para o sucesso das coligações e para a futura governabilidade dos mandatários.
