Gleisi Hoffmann ressaltou que a decisão do TRF-1 demonstra que o impeachment de Dilma foi uma farsa e que as acusações de pedaladas fiscais foram uma armação. Segundo a deputada, é necessário que o Congresso aprove um projeto de resolução com base nessa decisão, como uma forma de reconhecer que o impeachment foi ilegítimo e uma violação da democracia.
A inspiração para essa iniciativa vem da devolução simbólica do mandato do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964. Em 2013, o Congresso anulou a sessão de 2 de abril de 1964, na qual o então presidente do Congresso, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República. Na ocasião, o então presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, pediu desculpas pelas inverdades patrocinadas pelo Estado brasileiro contra um “patriota”.
Apesar da iniciativa de Gleisi Hoffmann, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente presidente do PT, destacou durante entrevista em Luanda, capital de Angola, que reparar os direitos políticos de Dilma não significa que ela poderá voltar a ser presidente, já que ele pretende terminar o seu mandato. No entanto, ele ressaltou a importância de discutir como reparar uma injustiça que foi julgada com base em algo que não aconteceu.
É válido ressaltar que as declarações de Gleisi Hoffmann e Luiz Inácio Lula da Silva foram feitas em momentos diferentes e abordaram a devolução simbólica do mandato de Dilma Rousseff de formas distintas. Enquanto Gleisi Hoffmann propôs um projeto de resolução no Congresso, Lula destacou a necessidade de uma discussão sobre como reparar os direitos políticos de Dilma. Ambos concordam, no entanto, que o impeachment de Dilma foi injusto e baseado em acusações falsas.
