Maria Paula Dallari Bucci, renomada professora da Faculdade de Direito da USP e especialista em direito das políticas públicas, tem uma trajetória marcada por sua paixão pelo direito e por sua dedicação à democracia no Brasil. Filha de Dalmo de Abreu Dallari, uma proeminente figura que lutou pelos direitos humanos durante a ditadura militar, Maria Paula sempre foi influenciada por sua trajetória e se viu impulsionada a defender os valores democráticos no país.
Desde sua juventude, Maria Paula mostrou um interesse genuíno pelo direito. Após uma breve passagem pelo curso de psicologia, ela encontrou sua verdadeira vocação ao trabalhar como “office girl” no escritório de advocacia de seu irmão. Essa experiência despertou seu amor pela profissão e a motivou a ingressar na Faculdade de Direito da USP. Foi durante sua graduação, nos anos 80, que Maria Paula testemunhou a histórica campanha das Diretas Já e a promulgação da Constituição de 1988, momentos que solidificaram seu desejo de construir um Brasil democrático.
Ao longo de sua carreira, Maria Paula se destacou como uma das pioneiras e principais referências no campo do direito das políticas públicas. Ela modernizou o projeto pedagógico da faculdade e ocupou diversos cargos importantes, como a procuradoria-geral da Universidade de São Paulo (USP) e a secretaria da Educação Superior do Ministério da Educação. Sua expertise no campo a tornou uma figura cobiçada na academia, com seus alunos reconhecendo sua proeminência e experiência.
Recentemente, Maria Paula assumiu outro papel importante na defesa da democracia no Brasil. Ao lado de outros juristas renomados, ela leu a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, em um ato que marcou sua longa dedicação ao direito do Estado e sua determinação em proteger os valores democráticos contra as ameaças do então presidente Jair Bolsonaro. Sua atuação nesse sentido também a colocou como uma candidata viável para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo apoiada por alunos e ex-alunos da USP.
Maria Paula acredita que o Brasil está em um momento crucial de reflexão sobre as instituições democráticas e o papel que devem desempenhar no futuro. Ela argumenta que o país entrou em uma “idade madura da democracia” e que é necessário calibrar essas instituições para enfrentar os desafios e garantir a plena igualdade e o Estado de Direito. Sua extensa experiência, tanto teórica quanto prática, a torna uma voz respeitada nesse debate.
Além de suas contribuições no campo do direito, Maria Paula também aprendeu a importância do antirracismo e do feminismo ao longo de sua trajetória. Ela reconhece que, em determinado momento de sua carreira, não estava plenamente consciente do impacto dessas questões, mas a convivência com alunos e alunas a fez compreender a importância de ser ativa nessas lutas.
Maria Paula é, acima de tudo, uma defensora incansável da justiça e da democracia no Brasil. Sua atuação como jurista e sua dedicação em construir um país mais igualitário e democrático a tornam uma figura inspiradora para muitos. Sua influência e conhecimento são reconhecidos tanto dentro quanto fora da academia, e seu compromisso com a defesa dos valores democráticos é inegável.
