Rui Pinto, que estudou história e é autodidata em informática, criou um site em 2015 no qual compartilhava documentos confidenciais do mundo do futebol, como taxas de transferências e acordos entre entidades esportivas. Em janeiro de 2019, ele foi preso na Hungria, mas posteriormente foi libertado da prisão domiciliar e colocado sob proteção de testemunhas. O julgamento teve início em setembro de 2020.
A juíza Margarida Alves, do Tribunal Central Criminal de Lisboa, afirmou que Rui Pinto receberá uma única sentença de quatro anos, mas não precisará cumpri-la na prisão. Ela espera que o hacker demonstre arrependimento e que se abstenha de cometer atos semelhantes no futuro.
Apesar de admitir a divulgação dos mais de 70 milhões de documentos, Rui Pinto argumentou que agiu como um denunciante em prol do interesse público. Entre os alvos de suas ações estão o clube de futebol Sporting, a Federação Portuguesa de Futebol, o fundo de investimento Doyen Sports e o escritório de advocacia PLMJ.
A juíza afirmou que tanto Rui Pinto quanto o advogado Aníbal Pinto cometeram o crime de tentativa de extorsão, ao exigir uma quantia entre 500 mil euros e 1 milhão de euros da Doyen em troca de não divulgar informações prejudiciais à reputação da empresa.
Apesar de enfrentar inicialmente 90 acusações, Rui Pinto teve 77 delas perdoadas sob uma anistia para jovens anunciada pelo governo português em junho. Seu advogado, Francisco Teixeira da Mota, afirmou que a defesa ficou satisfeita com a sentença suspensa, considerando a confissão do cliente.
Os vazamentos do Football Leaks revelaram como algumas das figuras mais ricas e influentes do futebol evitaram o pagamento de impostos, redirecionando seus ganhos para o exterior. Além disso, também houve denúncias que levaram a punições para o Manchester City por supostas violações das regras do “fair play financeiro”.