No entanto, os bancos criticam a medida, alegando que limites artificiais impactam a oferta de crédito. A Febraban, que representa os bancos, mostrou preocupação com a adoção de limites de preços, pois acredita que isso pode tornar uma parcela relevante dos cartões de crédito inviável economicamente, afetando a disponibilidade de crédito na economia. A entidade reconheceu o esforço do relator do projeto, deputado Alencar Santana, em conceder um prazo para a autorregulação e disse que continuará envolvida nos detalhes com o Congresso.
Na visão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o Parlamento demonstrou sensibilidade às relações justas, transparentes e de confiança entre consumidores e varejo ao limitar os abusivos juros do rotativo do cartão de crédito. A entidade também destacou a importância do parcelamento de compras sem juros para o desenvolvimento do mercado.
O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, acredita que o prazo de 90 dias será suficiente para que o setor chegue a uma solução sobre a questão dos juros excessivos no rotativo. Ele considera o texto aprovado na Câmara como positivo e não vê necessidade de alterações pelo Senado. Gonçalves Filho ressaltou a importância de encontrar uma solução que garanta a rentabilidade das empresas e atenda às necessidades do consumidor, sem que haja uma restrição da oferta de crédito.
A Abecs, que representa parte das empresas de cartões de crédito e serviços, está analisando a questão internamente com seus associados. Já a FecomercioSP preferiu não se manifestar no momento.
O projeto agora será apreciado pelo Senado e as discussões sobre a regulamentação dos juros do rotativo do cartão de crédito continuarão.